terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dia Mundial Sem Carro

Saudações, você que aí está.

Hoje "comemora-se" o Dia Mundial Sem Carro. Habitantes de mais de 1000 cidades pelo mundo deixarão veículos automotores devidamente estacionados acreditando, dessa forma, estarem contribuindo para um trânsito menos caótico e para uma melhoria na qualidade de vida, haja visto o grande potencial poluidor vinculado a esses canos de descarga.

É evidente que em ambos os casos haverá, de fato, uma melhora. Os trânsitos melhorarão, pois parece mais viável termos 20 passageiros num transporte coletivo do que, digamos, 10 carros enfileirados, cada qual com um motorista e um carona. No que tange a qualidade de vida podemos ver impactos positivos numa redução na emissão de poluentes, redução na intensidade do tráfego (diretamente proporcional a redução de estresse nas vias de circulação) e, se promovermos o incentivo ao uso de bicicletas, uma melhoria substancial devido ao fato de que o ciclista move o seu veículo exercitando-se, ao contrário do motorista, que se desloca aos custos de emissões de gases poluentes geradas por motores altamente desperdiçadores de energia.

Mas, cabe colocar algo relevante no que tange à poluição atmosférica. Dados da ONU comprovam que o setor de transportes é atualmente o segundo maior poluidor do mundo. Ué, quem seria então o grande vilão do aquecimento global? Resposta: a pecuária!

É isso aí, prezado ciclista potencial. Se queres contribuir ecologicamente pelo ato de pedalar, estarás ajudando muito mais caso elimines do seu dia-a-dia os produtos pecuaristas. Isto é, é ecologicamente mais eficiente um vegetariano andando de carro do que um onívoro montado numa bicicleta. Mas não! Não desanimes de pedalar por aí! Contribua espetacularmente e seja um ciclista vegetariano. Se Gaia falasse português, diria um "obrigado".

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Preservacionismo E Conservacionismo

Discussões sobre sustentabilidade jamais foram tão relevantes para o "homem moderno" como são agora. Se formos observar os prognósticos para o futuro climático da Terra, a busca por um modo de vida "sustentável" é imperiosa para a manutenção da vida humana nesse planeta. Digo para a vida humana porque o planeta Terra propriamente dito já passou por cenários mais adversos do que os que se anunciam para o dia depois de amanhã. E a Terra saiu-se muito bem, obrigado. Um exemplo clássico foi a torrencial chuva meteórica que aniquilou os "grandes répteis" - ilustres dinossauros. A Terra, poderosa que só ela, sobreviveu e ficou para contar a história. Dos dinossauros, que tiveram seus dias de glória, restaram os fósseis.

Ilustração sugerindo o impacto meteórico que teria levado os dinossauros à extinção. Tenso!

O que proponho nessa postagem é compararmos duas nomenclaturas bastante vinculadas às questões ambientais e que muitas das vezes são confundidas como uma coisa só. Não: preservacionismo e conservacionismo tratam-se, a bem da verdade, de duas correntes de pensamento diferentes - embora não necessariamente opostas.

Preservação sugere uma idéia de intocabilidade na natureza. Isto é, a natureza é vista como sujeita de direitos, dotada de valor intrínseco e não devendo ser subjugada a interesses de terceiros (quando aqui diz-se terceiros, leia-se humanos). Portanto, mesmo que a derrubada de uma área florestal venha a possibilitar grandes lucros financeiros para terceiros, isso jamais serviria de justificativa para a sua devastação. Dentro da ótica preservacionista a natureza não deve ser rebaixada a mercadoria.

Conservação, por sua vez, propõe uma interação entre os indivíduos humanos e o ambiente natural. A partir do momento que "permite-se" uma intervenção humana na natureza, deve-se zelar por uma relação harmônica entre esses atores, sob uma lógica de proteção e não meramente exploratória. É aí que mora o perigo. Hoje o grande capital é movido por uma engrenagem que por um lado elabora um "discurso verde", mas por outro segue práticas sujas e degradantes. A régua de medição não é a integridade ambiental, não são os direitos humanos, nem qualquer outra esfera que eventualmente sugira uma postura ética. O instrumento de medida para a realização de um empreendimento capitalista é, em primeira e última instância, a maximização dos lucros. E aí? Como conservar dentro dessa ótica?

Agindo com cuidado e zelo, estaremos automaticamente conservando.

Contribuem significativamente para essa discussão os pensadores que sugerem uma noção de sistemas em detrimento do pensamento cartesiano clássico. Isto é, de que a teia da vida e suas incomensuráveis interconexões afetam cada ser vivente, inclusive os humanos, mas não exclusivamente a humanidade. Desta forma, é inerente uma dimensão de responsabilidade que temos com relação a essa complexa rede de relações. Digo isso porque a tecnociência deu-nos a possibilidade de causar um dano à biosfera capaz de comprometer a capacidade de muitas formas de vida continuarem se reproduzindo - inclusive a nossa. Isso implica um compromisso ético do qual não podemos, em sã consciência, nos desvencilhar.

A pergunta que pode naturalmente surgir é: como saber o momento de preservar e o de conservar?

Sugere-se a preservação quando há risco de perda de biodiversidade (seja de espécie, ecossistema e/ou bioma). Porém, devemos ter em mente que processos de extinção são permanentes na natureza, queiramos ou não. O que pega é que, na nossa postura altamente predatória e gananciosa, aceleramos de forma espantosa esses processos. Isso porque, na nossa ótica utilitarista com relação à natureza, não temos o devido cuidado com as redes que compõem a teia da vida. Uma mudança nessa relação requer uma reorientação nas nossas mentalidades, no nosso olhar perante o mundo circundante.

O fato é que, integrando sociedade e ambiente como uma coisa só - proposta do pensamento ecológico -, teremos maiores chances de agir eticamente. E ao meu ver, não existe melhor postura do que a postura ética. Ela é, sem dúvidas, uma poderosa bússola para o futuro da civilização.

O futuro da Terra? Esse tá garantido e será muito bom, obrigado. Queiramos ou não. Sobrevivamos ou não. Torço honestamente para que queiramos sobreviver.

Eco-saudações.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

09.09.09

Datas cabalísticas assim acontecem 12 vezes por século, então achei que dava um bom título de postagem. Na falta de inspiração do que escrever nesse blógui, lembro-me de uma relação interessante entre os números 9 e 12. 9 vezes 12 = 108.

- 9x12=108.
- 9x12=108. E daí? - perguntaria o simples mortal.
- 9x12=108. São 108 as contas do japamala.
- O que ser um japamala? - perguntaria o simples mortal e ignorante na conjugação do verbo "ser".
Aproveitando-me do recurso informático do Ctrl + C aliado ao Ctrl + V, mostraria ao simples mortal que, segundo Wikipedia,

"Japamala (Japa = repetição, Mala = cordão ou colar) é um objeto antigo de devoção espiritual, conhecido também como rosário de orações no ocidente, sendo utilizado para ajudar nas orações como marcador. Existem de diversos tipos, tamanhos e materiais e podem ter uma quantidade diferente de contas, de acordo com a cultura ou religião. No Hinduísmo e no Budismo se usam com 108 contas, havendo sempre uma conta maior representando a divindade, ao redor do qual giram as 108 distintas manifestações, retornos ou encarnações. É a diversidade que gira em torno de uma única unidade".


Mas e aí? Pra que isso? Bom, não sei a causa, motivo, razão ou circunstância específica que motive o sujeito a entoar/mentalizar 108 vezes um mesmo mantra. No meu caso, é para tentar conservar a mente em um estado de serenidade que muitas das vezes é difícil alcançar no ritmo frenético, psicodélico e aromático da sociedade capitalista globalizada.


Mantrificando a mente com o uso de um japamala.

A imagem de uma mente serena assemelha-se ao caso de um observador olhar para um lago agitado. Ele olha o lago agitado e não consegue visualizar nitidamente o que há nas profundezas daquele lago. Mas, tão logo as águas se aquietem, tornar-se-á possível ver o que se encontra abaixo da superfície.

É evidente que ver o que há nas profundezas não é necessariamente o objetivo dos simples mortais. Eles muitas das vezes se contentam com aquilo que se apresenta nas águas superficiais dos lagos que a vida nos apresenta. E são capazes de jurar que as águas agitadas e turvas são a manifestação real daquele corpo hídrico. Caro mortal, não são! Há algo de diferente que só será alcançado na quietude do lago, na serenidade do ser. Que tal meditar sobre isso? (:

Feliz 09.09.09 pra você também. Parabéns, Nina! Feliz aniversário!