quinta-feira, 12 de abril de 2012

Luz Do Bhagavata - Verso 22

Terminada a estação das chuvas, a floresta de Vrndavana encheu-se de frutas, tais como tâmaras e amoras silvestres que amadurecem nas árvores e arbustos. O Senhor Sri Krsna, juntamente com Seu irmão mais velho, Sri Baladeva, e outros vaqueirinhos da vizinhança, entraram na bela floresta acompanhados das vacas para exibir passatempos transcendentais com Seus amigos eternos.

O Senhor Sri Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, aparece com Seu séquito pessoal a cada 4.320.000.000 de anos e exibe Sua parafernália transcendental, só para atrair as almas condicionadas do mundo material. Embora o mundo material seja apenas uma sombra do mundo espiritual, as entidades vivas encarceradas pela matéria buscam aqui a felicidade espiritual sob a forma pervertida decorrente do apego material. Filósofos empiristas com pobre fundo de conhecimento imaginam um quadro espiritual impessoal. Porém, o ser vivo espiritual, menos atraído pela forma impessoal da emancipação espiritual, torna-se mais atraído pela forma material, ficando sem nenhuma esperança de emancipação espiritual.

Portanto, a Absoluta Personalidade de Deus, em virtude de Sua misericórdia ilimitada e imotivada, desce do reino espiritual e exibe Seus passatempos pessoais em Vrndavana, a réplica do planeta Krsnaloka do céu espiritual. Vrndavana é o lugar mais sagrado dentro deste universo cósmico, e as pessoas que procuram alcançar a emancipação espiritual e entrar no reino de Deus podem fazer um lar em Vrndavana e tornar-se estudantes sérios dos seis Gosvamis, que foram instruídos pelo Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu. Os seis Gosvamis eram encabeçados por Srila Rupa Gosvami, que era seguido por Srila Sanatana, Srila Bhatta Raghunatha, Srila Jiva, Srila Gopala Bhatta e Srila Raghunatha dasa Gosvami. Todos eles se ocuparam seriamente na pesquisa e escavação do mistério de Vrndavana-dhama.

O Senhor Sri Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, apareceu em Vrndavana cerca de cinco mil anos atrás, e as relíquias de Seu aparecimento em Vrndavana desapareceram de vista. Contudo, o Senhor Sri Caitanya Mahaprabhu, que é o mesmíssimo Senhor Sri Krsna sob a forma de um grande devoto, apareceu em Navadvipa, um distrito da Bengala Ocidental, e escavou os locais sagrados dos transcendentais passatempos do Senhor Sri Krsna. Ele ordenou aos seis Gosvamis que escrevessem livros autorizados sobre o culto de Vrndavana. Logo, todo estudante sério e ansioso por conhecer acerca do Senhor Supremo pode tirar proveito desta literatura inestimável e da orientação de eruditos autorizados e assim informar-se a respeito do Senhor de Vrndavana, Sri Krsna, a Personalidade de Deus.

terça-feira, 10 de abril de 2012

A Fé Ateísta

O argumento básico - pelo menos aquele com o qual mais me deparo - para não se acreditar em divindades (posicionamento defendido pelo ateísmo) reside no fato de vivermos num mundo recheado de dor, sofrimento e crueldade, aspectos que não condiziriam com a existência de um Deus amoroso e onipotente. Se esse Deus amoroso e onipotente existisse, pensam muitos ateus, ele interviria no sentido de não permitir que alguém fosse oprimido por outro alguém. Não quero aqui entrar no debate sobre o livre-arbítrio, mas faz necessário deixar uma pergunta no ar: se fosse para intervir arbitrariamente na criação, onde estaria a liberdade e o mérito na evolução? De toda forma, compartilho da ideia de que devemos extirpar do mundo qualquer relação de exploração, de opressão. E pergunto: o que você, sujeito livre, faz nesse sentido? OK, vamos parar esse parágrafo por aqui.

O presente tópico não procura discutir criação do universo, leis de ação e reação etc. O que estou propondo nesse texto é observarmos a fé ateísta no sentido do esforço que é acreditar (ou pelo menos dizer acreditar) que todo o cosmos como é concebido tenha se configurado única e exclusivamente pela força do acaso. Se for esse o caso, Acaso daria um bom nome para Deus. No fundo, me parece muito mais fácil atribuir a um ser supremo toda a confecção das maravilhas que testemunhamos, de tamanha complexidade que não damos conta de explicar - quando achamos que estamos convictos, surge outra teoria para colocar a anterior em dúvida. Então, o ateísta é, basicamente, alguém de muita fé no coração. Claro que há também aquele sujeito que "escolhe o ateísmo" meio que como forma de protesto ao fato de ver tantas incoerências nas instituições religiosas. Mas aí é uma outra discussão. Gosto de ilustrar o que penso a esse respeito com um pensamento de Huberto Rohden: "o maior cristão do século vinte foi um hindu".

Enfim, o importante mesmo é agirmos no bem. No final das contas, agir no bem estará agradando a Deus - existindo Ele ou não. Aos ateístas, deixo um recado final: que Deus conserve essa sua capacidade de ter fé. Desde que isso não atente contra seu livre-arbítrio, é claro...