sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Salve A Mocidade (Nunca Foi Tão Sério)

O hino composto por Elza Soares e que em muitos carnavais foi o "esquenta" da tradicional escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel (inclusive em 2013) é uma exaltação à agremiação, notadamente à bateria, que revolucionou os desfiles com a invenção da paradinha.

Hoje, talvez mais do que nunca, "Salve A Mocidade" virou uma expressão de clamor por dias melhores à verde-e-branco de Padre Miguel. Desde que Paulo Vianna assumiu a presidência desse grêmio recreativo é público e notório o declínio da estrela-guia.

O acúmulo de maus resultados foram se acentuando. Já não se entra na Sapucaí para disputar o título. Desfile das campeãs, outrora habitual, não acontece desde 2003. E, para piorar, são três vezes na 11ª colocação nos últimos sete anos, perigando o rebaixamento para o Grupo de Acesso.

A situação chegou a tal ponto que, mesmo quando desfila em grande nível (caso de 2012, quando Alexandre Louzada desenvolveu enredo sobre Cândido Portinari de maneira magistral), a escola não conquista "o respeito" do corpo de jurados. Em 2013, o rigor nas notas mais pareceu perseguição.

Mas quem será que estão perseguindo? Por que será que estão perseguindo? Questões políticas à parte, há que se cobrar justiça nas notas, pois o carnaval é um entretenimento e competição, envolvendo paixões humanas e investimentos financeiros. Só que não. Não é apenas no âmbito do mau julgamento que reside a preocupação independente. É, também, no fato de que falta à Mocidade aquela cara de Mocidade. De escola que chega de maneira arrebatadora na avenida e deixa o sambódromo aos gritos de "é campeã".

É chegada a hora de o senhor presidente Paulo Vianna reconhecer que não será trocando de carnavalesco, de mestre-sala, de porta-bandeira, de intérprete de samba-enredo, de coreógrafo de comissão-de-frente, de diretor de bateria (tudo isso e muito mais já foi mexido e alterado) que a escola irá retomar seu brilho. É preciso mudar um posto. O posto máximo. O de presidente da escola. E, a partir daí, fazer a renovação que Padre Miguel tanto deseja. A estrela pode estar decadente. Mas o coração independente há de guiá-la de volta, firme e forte, à fortaleza do firmamento.

Salve a Mocidade! Renuncie, Paulo Vianna!



O vídeo acima é uma manifestação de ilustres independentes, pessoas com trajetória de vida que se confundem com a da própria Mocidade. É também uma convocação à mobilização popular, com passeata marcada para o sábado, 23.02.2013, às 19h, em Padre Miguel.

Petição pública pedindo a renúncia do presidente Paulo Vianna disponível em http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2013N36079.

Salve a Mocidade!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carnaval 2013 - Eu, Jurado

Quesito a quesito, jurado a jurado, saberemos somente na quarta-feira de cinzas o resultado do carnaval na Sapucaí. A maioria dos desfiles foi de alto nível, embora o número de imprevistos também tenha sido relativamente elevado.

Vou aqui fazer uma espécie de avaliação comparativa e escolher as melhores exibições de acordo com cada objeto de análise. Depois, coloco uma lista de classificação de acordo com a preferência pessoal e as expectativas com relação aos julgadores oficiais selecionados pela LIESA.

Repetindo que assisti os desfiles de domingo no setor 10 e os de segunda-feira no setor casa. São inversamente proporcionais na questão do conforto e da precisão em torno do que está acontecendo. Eis as notas. Digo, vamos em frente.

Imagem do carro abre-alas da Unidos de Vila Isabel
Melhor desfile: Vila Isabel
Bateria: Mocidade
Samba: Vila Isabel
Intérprete: Luizinho Andanças (Mocidade)
Enredo: Salgueiro
Alegorias: Vila Isabel
Fantasias: Ilha
Baianas: Imperatriz
Ala: Torta alemã (Tijuca)
Carro alegórico: Floresta Encantada (Tijuca)
Comissão de frente: Imperatriz
Mestre-sala e porta-bandeira: Vila Isabel
Carnavalesco: Rosa Magalhães (Vila Isabel)
Personalidade: Mestre Marcão (Salgueiro/São Clemente)

Parte da frente de alegoria da Império da Tijuca
Melhor desfile no Grupo de Acesso (Série A): Império da Tijuca
Bateria: Cubango
Samba: Viradouro
Intérprete: Davi do Pandeiro (Viradouro)
Enredo: Cubango
Alegorias: Estácio
Fantasias: Império Serrano
Baianas: Alegria da Zona Sul
Ala: Tatus (Renascer)
Carro alegórico: Abra-alas da Estácio
Comissão de frente: Império Serrano
Mestre-sala e porta-bandeira: Unidos de Padre Miguel
Carnavalesco: Paulo Barros (Renascer)
Revelação: Júnior Pernambucano (Império da Tijuca)
Personalidade: Shangai (Cubango) e Davi Corrêa (Tradição)


Classificação por preferência e expectativa na apuração

1º Vila Isabel (termina entre os 3 primeiros lugares)
2º Tijuca (entre o 3º e 5º)
3º Salgueiro (entre 2º e 4º)
4º Imperatriz (entre 4º e 6º)
5º Beija-Flor (termina entre os 3 primeiros lugares)
6º Mocidade (entre 8ºe 10º)
7º Ilha (entre 6º e 8º)
8º Mangueira (entre 7º e 9º)
9º Grande Rio (entre 6º e 8º)
10º Inocentes (11º ou 12º)
11º Portela (entre 8º e 10º)
12º São Clemente (11º ou 12º)

No Grupo de Acesso, acredito que o título fique entre Viradouro, Estácio, Império da Tijuca e Cubango. O descenso fica entre Jacarezinho, Vila Santa Tereza, Parque Curicica, Tuiuti e Tradição. Aliás, das três que caem, dá para afirmar que será Vila Santa Tereza e mais duas.

Grupo Especial 2013 - Segunda Noite De Desfiles

Assistir pela TV é muito diferente de estar presente na Sapucaí. Mas vamos assim mesmo analisar a noite de desfiles que encerrou as apresentações no carnaval 2013 no Rio de Janeiro (veja os comentários sobre a noite dominical).

São Clemente

Com um canto forte (que ficou evidenciado nas ousadas paradinhas da bateria onde até o intérprete Igor Sorriso parava de cantar) e um desfile irreverente, a São Clemente abriu bem a segunda noite de apresentações no sambódromo. O carro "Caminho das Índias" estava primoroso, com esculturas irrepreensíveis de Shiva. As baianas vieram com um bonito colorido, mas num chapéu que parecia desconfortável de tão grande. Mas talvez pior do que o chapelão seja o fato de as senhoras clementianas desfilarem enfileiradas, o que me passa uma idéia de restrição à liberdade de movimentos. Quem mais do que as baianas merece passar pela Sapucaí bem à vontade?

Entre altos e baixos na passagem da aurinegra de Botafogo, foi a primeira vez que vi um merchandising em pleno tripé de comissão de frente, onde os telões mostravam o logotipo da mesma emissora de televisão que transmitia o desfile e que monopolizava o "Horário Nobre" enredado. O que se viu foi muito mais uma reverência à empresa de comunicações, pois não houve espaço para nenhuma obra que tenha sido transmitida em outros canais. A bateria, ponto alto da apresentação tanto pela fantasia irreverente quanto pela performance dos ritmistas, contava com ninguém menos do que Mestre Marcão (ele mesmo, que dirige a bateria Furiosa do Salgueiro) tocando caixa. Humildade e competência.

Mangueira

A Mangueira teve um grande avanço na parte estética se compararmos esse desfile de 2013 com o de 2012, ambos com Cid Carvalho como carnavalesco contratado. Se naquele ano a escola conseguiu um sétimo lugar, poderíamos pensar que não seria difícil a Mangueira partir em direção ao título dessa vez, notadamente por se tratar de uma escola de forte apelo popular e que parecia encontrar uma plástica funcional para narrar o enredo. Mas o desfile da Manga teve problemas. Algumas alas pareciam repetitivas, a evolução foi irregular, componente da comissão de frente deixou o chapéu cair em frente a uma das cabines de jurados e, de quebra, a escola concluiu o desfile sete minutos além do tempo máximo regulamentar.

Mas a Estação Primeira tem mais motivos para ser lembrada por seus acertos do que erros. A bateria ousou em vir com 496 ritmistas, fazendo transições entre os grupos que tocavam os instrumentos. Porém, o que mais me impressionou não foi nem essa transição, e sim o recuo "inventado", pois o tradicional não comportaria todos eles - foi uma parte para o recuo de sempre e outra para um corredor, do lado oposto, alguns metros a frente. Manobra arriscada e muito interessante. Só que a agremiação não soube lidar com as inovações conciliadas à grandeza da escola, e a correria e o atraso foram consequências quase naturais. O agravante foi o último carro alegórico, que tinha uma libélula em altura maior do que o último obstáculo. Tentaram de várias maneiras abaixar a libélula, mas a solução acabou sendo inusitada e inédita: o inseto voador passou por cima do concreto! Isso sim é que é passar voando pela Sapucaí. No geral, considero que a Verde-e-Rosa esteja de parabéns, principalmente pela homenagem ao eterno Delegado, em plena comissão de frente.

Beija-Flor

Chamando de "Amigo Fiel" aquele mesmo ser que é explorado e escravizado para as mais diversas atividades, a Beija-Flor fez do Mangalarga Marchador um enredo trágico filosoficamente. Primeiramente, pela falácia de que haja uma relação de amizade com o oprimido. Segundo, e não menos importante, pelo uso abusivo de penas de animais para a confecção de fantasias e alegorias. Fantasias e alegorias essas que souberam transmitir a mensagem calculada pela agremiação, a maioria delas de uma estética belíssima e efeitos deslumbrantes.

A alegoria com 20 mil tufas de palha foi um ponto alto no desfile nilopolitano. Além do visual bem resolvido e funcional visto nesse carro alegórico, antes 20 mil tufas de palha do que uma pena de faisão. O carnaval precisa se desvincular do sofrimento animal. Urgência ética. Diria que o desfile da Beija-Flor nessa segunda-feira foi a antítese do desfile da Renascer de Jacarepaguá, no sábado, onde a mensagem de preservação foi passada pelo enredo e pela escolha dos materiais. Ademais, parabéns ao Kennedy pelo magnífico trabalho de pintura desenvolvido na agremiação.

Grande Rio

Como de hábito, Roberto Szaniecki e Grande Rio trouxeram um carnaval carregado de gigantismo. O tema patrocinado dos royalties foi um prato cheio para a megalomania, que passava por fantasias individuais como a dos robôs, alas como a das baianas e alegorias como a da plataforma petrolífera. Sobrou até pra comissão de frente, trajando pés-de-pato enormes e passando pela Sapucaí de maneira heróica, pois imagine você a dificuldade de andar naquelas condições.

O pior samba do ano não foi de todo trágico, e isso se deve à sensacional bateria Invocada. Sob o comando de Mestre Ciça, os ritmistas caxienses deram um show com paradinhas e coreografias que são o atestado de genialidade desse ícone do carnaval carioca. O final do desfile da escola foi arrebatador, com uma das mais belas alegorias de todo o carnaval desse ano: um lindo iguana com deslumbrantes águas vivas que pareciam flutuar na Sapucaí, seguidos pelo contraste com a poluição de desastres ambientais. Adoraria ter visto a saída da bateria do recuo, até por se tratar de um momento do desfile conhecido por os ritmistas fazerem uma graça. Mas a emissora preferiu filmar o próprio estúdio montado na dispersão...

Imperatriz

Cahê Rodrigues estreou de maneira sublime na escola de Ramos. Foi possivelmente o desfile mais surpreendente do Grupo Especial: poucos falavam da Imperatriz como capaz de trazer uma bela apresentação, mas o que se viu foi uma passagem digna de escola campeã do carnaval. A comissão de frente estava sensacional, as alegorias de muito bom gosto e as fantasias eram praticamente todas elas de um visual limpo e caprichado. Não sei se houve alguma escola mais bem vestida do que a Imperatriz Leopoldinense, com destaque para a ala das baianas e a bateria. Aliás, que som da Swing da Leopoldina... #MestreMarconeVive

O Pará e os paraenses devem ter ficado orgulhosos pela homenagem prestada, mas há que se dizer que faltou um teor crítico. O tal "exemplo pro mundo" é um verso muito sério para retratar um cenário onde índios são assassinados por fazendeiros, coisa que em momento algum foi exposto no desfile, desfile esse que trouxe a figura de indígenas em praticamente todos os setores. Ótimas fantasias, alegorias e esculturas, mas a mensagem mascarou um estado de covardia que nem todos querem admitir que existe. Oremos à Virgem de Nazaré, pois mesmo se um dia a força nos faltar, a luz do seu olhar vai nos abençoar.

Vila Isabel

Os gritos de "é campeã" vieram sob medida para a apresentação arrebatadora da Vila de Noel, Martinho e... Rosa Magalhães. A Maga do carnaval acertou a mão mais uma vez e trouxe a escola praticamente impecável para a Sapucaí. A comissão de frente era de arrancar lágrimas dos olhos. O abre-alas, de uma deslumbrante riqueza e limpeza. As primeiras alas, impactantes.

Mas a grande covardia era o samba-enredo, um dos melhores da história catalogada do carnaval. Poesia do início ao fim. Coube à bateria dos Mestres Paulinho e Wallan a tarefa de não ofuscar o samba, pois não havia nada que precisasse ser melhorado. Missão cumprida. E, não satisfeitos, fizeram mais: sob coreografia de Carlinhos de Jesus, a Swingueira de Noel saiu do recuo e montou um arraiá em plena Sapucaí. Me arrepiam os pêlos só de digitar, olhos começam a lacrimejar. Enfim, não haveria maneira melhor de se encerrar as apresentações. Faltou só o dia clarear. Ainda era noite na manhã de terça-feira. Mas o galo jamais cantou tão alto. Parabéns, Vila Isabel!
O espantalho Julinho e o canavial Rute: casal de mestre-sala e porta-bandeira da Vila Isabel estava arrebatador. Desfile coloca a escola como forte candidata a levantar o terceiro título.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Grupo Especial 2013 - Noite Mágica De Domingo

Após assistir os 19 desfiles na Série A (Grupo de Acesso), era chegada a hora do Grupo Especial passar pela Sapucaí no carnaval 2013. Presente no setor 10, o blogueiro se encantou, se emocionou, vibrou, enfim, teve uma noite mágica diante do "maior espetáculo da Terra".

Vamos aqui fazer alguns comentários com enfoque naquilo que foi visto de lá da arquibancada. Posteriormente, tive acesso a informações sobre fatos ocorridos em pontos do sambódromo onde não fui capaz de perceber os acontecimentos relatados. Acontecimentos, leia-se problemas.

Faço questão de registrar, porém, o quanto lamento - e lamento profundamente - a postura da emissora Rede Globo de Televisão em como lidar com esse tipo de situação. A "profissional" Ana Paula Araújo chegou ao cúmulo de expôr e salientar os imprevistos para criar desconforto absolutamente descabido, desnecessário e fora de contexto naquele que era o maior responsável pela festa maravilhosa que foi o desfile da Unidos da Tijuca, o carnavalesco Paulo Barros. Convidam o sujeito para participar da transmissão, ele atende prontamente mesmo após vivenciar momentos de euforia e tensão e é assim que o recebem? São essas as boas-vindas? Se houvesse um código de ética regendo a organização, era caso para demissão por justa causa. Lamentável.

Inocentes de Belford Roxo

Gostei do desfile da estreante no Grupo Especial, principalmente dos primeiros setores. A comissão de frente foi impactante na apresentação arrojada dos acrobatas e mais ainda na performance precisa das doze criaturas que representavam o zodíaco oriental. O ótimo e bem vestido casal composto por Rogerinho e Lucinha também deverá render boas notas à agremiação belford-roxense.

A alegoria "Ancestralidade" (segundo carro da escola) era belíssima. O 6º carro ("A fé refletida na paz de um lugar"), infelzimente passou apagado por grande parte da avenida. Acredite se quiser, logo após tirar uma foto dessa bonita alegoria, tcharam!, as luzes se acenderam. Talvez fosse melhor para a Inocentes se eu estivesse no setor 1...

Acadêmicos do Salgueiro

Foi uma aula de como se fazer carnaval com irreverência, bom gosto e originalidade. A começar pela comissão de frente, de leitura fácil e agradável. O abre-alas, no estilo raitéqui característico do carnavalesco Renato Lage estava também muito interessante. A famosa bateria Furiosa veio homenageando Che Guevara, com uma fantasia que deixou os ritmistas de mestre Marcão bem à vontade para desfilar.

Com alegorias caprichadas, alas belíssimas (a das baianas foi de longe a mais bonita da noite) e uma evolução sem problemas aparentes, não tenho dúvidas de que o Salgueiro retorna sábado. E bem posicionado.

Unidos da Tijuca

Da comissão de frente novamente surpreendente ao último carro alegórico, Paulo Barros trouxe uma apresentação para mais uma vez guardarmos na memória. O carro "A floresta encantada" estava primoroso. Alas como a da montagem automobilística e da confecção da torta alemã são para entrarem na história da Marquês de Sapucaí.

Soube depois que houve problemas, incluindo dificuldade para colocar o abre-alas dentro da avenida, desmaio de componente de alegoria, princípio de incêndio. Onde estive, pude perceber que a evolução da escola foi irregular. Mas, mesmo assim, foi a melhor apresentação, aquela que mais entreteve e envolveu o espectador. Um espetáculo mesmo. Coisas que o carnaval deve ao Paulo Barros.

União da Ilha

Cativou pela singeleza da homenagem ao poeta Vinícius de Moraes. Entrando na Sapucaí após as passagens vigorosas de Salgueiro e Tijuca, o carnaval de orçamento menos pomposo trazido pela agremiação insulana não causou o mesmo impacto visual que esses dois desfiles antecendentes. Mas a mensagem foi passada com clareza e bom gosto.

O conjunto das fantasias foi o ponto alto do desfile, que trouxe alegorias majoritariamente simples. Destaque para a original "Arca de Noé" (6º carro da escola), que desembarcou os animais na avenida e veio representada como se fosse um caderno em movimento.

Mocidade

Contagiou. O samba-enredo funcionou de maneira formidável, mesmo com sua letra um tanto restrita e carente de poesia. Deve ter sido o casamento poligâmico entre o ótimo canto do intérprete Luizinho Andanças, a energia dos componentes da escola, a fácil e feliz leitura do enredo desenvolvido por Alexandre Louzada e, talvez principalmente, a performance arrebatadora da bateria Não Existe Mais Quente.

O carro abre-alas foi uma atração à parte, com as estátuas da liberdade segurando guitarras com a estrela símbolo da agremiação e fazendo bolas de chiclete, com direito ao "ploct!". Um estouro! Mesmo com as restrições orçamentárias (não sei onde foi parar - se é que veio - o tal investimento do Rock In Rio no desfile), a escola conseguiu empolgar. Resta saber se terá a aprovação dos jurados para tentar voltar no sábado das campeãs, coisa que não acontece há muito tempo em Padre Miguel.

Portela

Comissão de frente "lugar-comum", águia bastante modesta no abre-alas e fantasias de pouca criatividade mostraram que as coisas não caminham bem pelas bandas de Madureira. De toda forma, a homenagem ao bairro teve alguns momentos interessantes, como a alegoria "O partideiro que versou no Mercadão". O 2º casal de mestre-sala e porta-bandeira juntou Portela e Império Serrano, num casamento bonito e muito feliz.

Não sei até que ponto isso se deve ao fato de a escola desfilar depois do explosivo desfile da Mocidade, mas o que me pareceu é que a Portela passou mais fria do que o habitual. Foi a apresentação mais fraca da noite. Atrevo-me a dizer que se não tivesse o nome que tem, estaríamos falando de uma forte candidata ao rebaixamento. Mas ter 21 estrelas no pavilhão não é pouca coisa não, e como cabeça (ou caneta) de jurado é um negócio misterioso, pode acabar conseguindo uma colocação razoável.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Noite De Encerramento Da Série A 2013 Foi Belíssima No Rio De Janeiro

A segunda noite de desfiles no novo Grupo de Acesso no carnaval do Rio de Janeiro (Série A 2013) foi maravilhosa. Além de apresentações bonitas visualmente e alguns sambas interessantes, tivemos um memorável encerramento através da Renascer de Jacarepaguá de Paulo Barros: um desfile sem uso de nada de origem animal. Considero isso como um marco para o carnaval. A prova viva de que é possível, viável e aconselhável trazer uma escola ética, colocando na prática a preservação e o respeito que tantas vezes são teorizados em diversos enredos. Espetacular. Que vire tendência! A vida agradece!

Agora vamos analisar as apresentações dessas últimas dez escolas, assim como fizemos com relação às nove primeiras.

União de Jacarepaguá

Veio falando da cidade de Vassouras e, enquanto desfilava, a emissora que deveria transmitir a passagem da escola preferiu manter sua grade habitual, com novelas, reáliti e companhia. O jeito foi aguardar o VT, que passou após o encerramento da Renascer de Jacarepaguá. E valeu esperar: a escola veio bem, desfilando um colorido muito bem distribuído. Os primeiros setores foram quase que integralmente nas cores da agremiação alviverde, com direito à presença do carnavalesco Jorge Caribé num belo tripé vegetacional. Foi um desfile leve, com três alegorias (a maioria das escolas trouxe quatro) e o encerramento com um tripé (nesse caso não achei uma escolha acertada, pois "esfriou" o desfecho da apresentação). A bateria de Mestre Marquinhos foi generosa em suas bossas, sendo o destaque nessa "abertura" da segunda noite (abertura para quem estava lá, quase fechamento para quem acompanhava pela emissora noveleira).

Paraíso do Tuiuti

Carente de irreverência, o enredo sobre Chico Anysio passou pela Sapucaí de maneira sem graça. Teve um ou outro momento interessante, mas o conjunto da obra foi um desfile pesado esteticamente, por vezes beirando a confusão visual. A comissão de frente, que teve dois componentes sendo flagrados com mal-estar após a apresentação, me pareceu mal concebida, não aproveitando a versatilidade do humorista retratado no enredo. De mais belo, achei a rainha de bateria Mayra Cardi. De mais engraçado, a entrevista de um repórter com uma integrante da ala das baianas (elas vieram vestidas de noivas): "Dona Edna, como você faz para segurar seu casamento?", perguntou. Ao que a componente respondeu: "Eu matei os dois". Chico deve ter sorrido, onde quer que estivesse.

Tradição

Foi a primeira escola pela transmissão televisiva, a terceira para quem estava lá. Estou aqui pensando se seria melhor (ou menos pior) para a escola entrar abrindo a noite ou vir na posição que veio. Sinceramente? Pouco importa. O desfile foi feio visualmente, com fantasias de gosto pra lá de duvidoso. Sem entrar no mérito do orçamento limitado, já sabendo que isso realmente interfere significativamente na execução das idéias, mas o fato é que não é porque não se tem de dinheiro que as coisas tenham que ser bizarras. De toda forma, a Tradição possibilitou um dos grandes momentos da Série A: o compositor Davi Corrêa, autor da obra original de 1981 e que foi reeditada 32 anos depois, não apenas estava lá esbanjando carisma como cantou junto do intérprete oficial, Marquinhos Silva. Uma viagem no tempo. Irregular esteticamente, a Tradição foi a dona da noite na parte sonora do espetáculo, com um samba que funcionou novamente. E tem cara de que funcionará sempre, sobretudo na ilustre presença de Davi Corrêa. Cabe também elogiar a proposta da escola de reciclar os materiais. O gosto a gente discute, uns podem se agradar e outros nem tanto (meu caso). Mas um desfile reciclado e com uso de materiais alternativos será sempre melhor que um degradante ética e ambientalmente.

Império Serrano

Trazendo a cidade de Caxambu como enredo, o Império Serrano conseguiu fazer um desfile abordando as águas sem cair na mesmice que o tema tanto escorrega. Mérito para o carnavalesco Mauro Quintaes, que proporcionou um desfile com alguns momentos memoráveis. A começar pela comissão de frente, que sofreu o desfalque do tripé (por alguma razão, o elemento alegórico ficou de fora do desfile) mas que não sentiu a falta da alegoria: com uma coreografia funcional e fantasias sensacionais, a comissão imperiana inovou e encantou. O carro abre-alas, limpo e tecnológico, remete ao estilo raitéqui de Renato Lage, com direito a um telão circular que deu um efeito muito legal de movimentos de água. Por fim, o último carro alegórico foi belíssimo: mulheres grávidas formavam a coroa, símbolo da agremiação. As fantasias foram de alto nível, mantendo um padrão de qualidade do início ao fim. Se vai subir para o Grupo Especial, não sei. Mas foi um baita desfile da escola.

Cubango

"Teimosias da Imaginação" foi a confirmação do talento desse carnavalesco chamado Severo Luzardo. Acertou a mão na ala das baianas (espetaculares em preto-e-branco), trouxe o mais belo tripé da Série A 2013 (um rinoceronte em vime) e teve na figura de Shangai, homenageado, um momento a ser lembrado por muitos carnavais, de emocionar mesmo. Um enredo ousado e uma bateria abusada, com o talento de Mestre Jonas ajudando a tornar o desfile ainda melhor. Faltou o canto dos componentes, prejudicando a harmonia, mas foi um desfile com vários atributos que colocam a Cubango entre as mais fortes concorrentes ao troféu.

Sereno de Campo Grande

Caçula do grupo, a Sereno de Campo Grande nem alcançou a maioridade e já fez um desfile de gente grande. O enredo é daqueles que são sempre bem-vindos, trazendo a proposta de um mundo com mais consciência. É uma temática que cai para o abstracionismo, mas que materializada em alegorias e fantasias consegue passar a mensagem. O samba era praticamente um hino à paz, com passagens belíssimas, porém de difícil memorização. Fantasia e maquiagem da comissão de frente, esculturas no florestal abre-alas e a ala da reciclagem foram momentos fortes no desfile. Lamento é o camarada falar em paz, harmonia, unicidade e colocar tantas penas de seres abatidos covardemente. A se repensar, para que teoria e prática caminhem e desfilem juntas.

Império da Tijuca

Juninho Penambucano, carnavalesco da escola, é pra mim a revelação do carnaval 2013. A África estilizada no abre-alas causou bonito impacto visual, que me remeteu ao desfile da Vila Isabel homenageando Angola, ano passado. Deve ter rolado influência sobre esse desfile. O jogo cromático foi dos mais bonitos na noite e há que se dizer que encerrar o desfile sobre mulheres negras com uma imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida trata-se de algo formidável. Abençoando a apresentação. Teve perfil de campeão. Aguardemos a apuração.

Caprichosos de Pilares

Com um dos enredos mais originais do ano (diria até que possivelmente o mais original), a Caprichosos trouxe sua irreverência habitual para falar sobre os fanatismos. A performance ilusionista da comissão de frente, a bateria vindo de Profeta Gentileza e a crítica ao fanatismo religioso foram momentos para se recordar. Pelo conjunto, tivemos um desfile cheio de mensagens, algumas talvez até mesmo menos explícitas do que outras, mas também presentes, sendo ao mesmo tempo crítico e irreverente, porém, pecando no visual. E pecar no visual após uma apresentação como a da escola que a antecedeu tem um peso maior. Uma questão de fanatismo por comparações.

Unidos de Padre Miguel

África novamente. E lá vamos nós comparar com tantos desfiles que retrataram o continente. Dessa forma, por mais que a Unidos de Padre Miguel tenha conseguido uma apresentação correta, pouco ou nada acrescentou de novo. Achei belíssima a roupa do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, reunindo cores que não são habituais nessas vestimentas. Também gostei muito do setor em torno da alegoria da Galinha de Angola: o carro ficou bacana, a ala que o antecedeu era uma das mais bonitas da noite e ala seguinte, das crianças, estava o maior barato. Possivelmente a ala de crianças que melhor passou pela Sapucaí. No final das contas, um desfile que você gosta mas se pergunta se é só isso. Era.

Renascer de Jacarepaguá

Um encerramento de Série A para lavar a alma. Com um enredo preservacionista, a Renascer desfilou o preservacionismo em todos os seus componentes, da comissão de frente ao último integrante da escola. As alegorias-vivas marcaram presença com a assinatura do gênio Paulo Barros, proporcionando momentos como o belíssimo carro das joaninhas nas plantas, onde humanos faziam uma revoada de pássaros. Soluções como os guarda-chuvas floridos foram muito interessantes. Mas o grande destaque foi o conjunto das fantasias, impecável. Impecável na estética, impecável na mensagem, impecável na confeccção. Nada de origem animal, ou seja, a crueldade com faisões, patos, gansos, araras, pavões e tantas outras vítimas da depenagem não esteve presente. Desfile pra nos fazer renascer em uma nova consciência. Que se esteja criando uma nova tendência! Parabéns, Renascer! Parabéns, Paulo Barros!
 Renascer de Jacarepaguá fechou os desfiles na Série A 2013 com uma apresentação memorável, que marca época pela confecção de um carnaval sem uso de penas nem plumas, preservando a vida e trazendo soluções muito felizes para fantasias e alegorias. Mais uma marca deixada por Paulo Barros, para o bem do carnaval.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ótima Noite De Desfiles No Rio De Janeiro

A primeira noite de desfiles na Sapucaí no carnaval 2013 foi altamente positiva. Com essa história de inchar o novo Grupo de Acesso (agora chamado de Série A), ficou ensacarada uma diferença no nível de organização e investimento entre as apresentações de escolas menos badaladas e outras mais conhecidas.

Vou aqui fazer breves análises sobre as nove agremiações que passaram pelo sambódromo na noite de sexta-feira para sábado. Assisti todos os desfiles pela televisão, cuja emissora detentora dos direitos de transmissão só foi mostrar as duas primeiras escolas depois de concluída a passagem da última, dando preferência a um VT do que àquilo que acontece ao vivo, o que considero um desrespeito ao samba.

Unidos do Jacarezinho

Abriu o carnaval da Série A fluminense com uma homenagem ao eterno Jamelão, maior intérprete de todos os tempos. O desfile em si foi bastante simples, pecando no acabamento em algumas alegorias, mas mantendo um conjunto sem grandes oscilações. Não há como deixar de comentar o fato de o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira ter assumido o posto de primeiro casal instantes antes de iniciar a apresentação: é que rolou um imprevisto de última hora (talvez de últimos minutos) com a roupa da primeira porta-bandeira, Raessa. Se você acha isso um absurdo, fique calmo, pois ainda vamos mostrar nesse tópico contratempos ainda mais bizarros. No mais, foi legal ver a última alegoria da escola trazendo uma escultura do Jamelão com um largo sorriso, em homenagem bem-vinda e que poderia - e deveria - ter sido prestada pela Mangueira. Então, obrigado à "Estação Primeira" do Jacarezinho pelo enredo.

Porto da Pedra

Fazendo uma viagem sobre o mundo dos calçados, o Tigre passeou do fútil a uma crítica social forte, passando pelo irreverente, num desfile de qualidade estética digna de uma escola acostumada ao Grupo Especial. O grande destaque na apresentação da escola de São Gonçalo foi a bateria Ritmo Feroz, comandada pelo competente Thiago Diogo. Ousada, cadenciada e intensa, a bateria foi um dos pontos altos de toda a noite de desfiles, pronta para arrebatar as quatro notas máximas, assim como conseguiram ano passado, apesar do rebaixamento. Muitas mulheres bonitas e pouco fantasiadas também deram uma levantada na performance da Porto da Pedra. Rose Barreto, por exemplo, foi uma que veio a frente do último carro alegórico e me deixou na dúvida: seria ela componente, tripé ou alegoria? Um espetáculo, isso com certeza. A escola, embora não tendo sido uma das minhas favoritas, tem chance de título.

Santa Cruz

Terceira escola a desfilar e primeira a ter sua transmissão ao vivo, a Acadêmicos de Santa Cruz trouxe um desfile colorido e com fantasias bem elaboradas. Houve problemas com a evolução devido às manobras de pelo menos dois carros no momento de entrar na avenida, mas a escola conseguiu, no geral, uma apresentação correta. Foi pouco para tentar disputar o título mas mais do que o suficiente para se manter no grupo. Cumpriu o seu papel, trazendo um desfile compacto e agradável de se assistir. Inclusive na parte sonora, pois o samba era bacana e contava com ninguém menos que o multicampeão Paulinho Mocidade no microfone.

Vila Santa Tereza

Para quem acredita naquela idéia de que os obstáculos aparecem para que futuramente possamos evoluir, então a Vila Santa Tereza deu um passo largo para a perfeição em anos vindouros. Foram muitos os contratempos que atingiram a agremiação, incluindo as fantasias da ala das passistas (as meninas vieram de calcinha e sutiã), da bateria (os ritmistas foram com trajes improvisados daqueles que vemos em blocos de carnaval bem xexelentos) e até a ala das baianas, que desfilou com apenas vinte e duas componentes, abaixo do mínimo exigido por regulamento. O chão da escola está de parabéns pela alegria genuína de desfilar nessas condições supracitadas. Destaque para a comissão de frente estilo afro, de coreografia ousada e com um visual simples e funcional.

Parque Curicica

Homenageando os noventa anos da Portela e reeditando o samba portelense de 1994, a União do Parque Curicica esteve bem na voz de Ronaldo Yllê e na bateria faceira de Lolo, mas o desfile não emplacou. A comissão de frente afro acaba nos levando a compará-la com a escola anterior, e a agremiação que a antecedeu pareceu-me superior nesse quesito. De toda forma, há que se dar os parabéns: a escola quase fechou as portas e somente definiu enredo três meses atrás. Exemplo de superação.

Estácio de Sá

Excelente. A Berço do Samba trouxe uma comissão de frente de arrepiar, um abre-alas imponente e um desfile de estética bem definida, com bastante luxo permeando alas e alegorias. Tudo isso num samba de refrão forte e com as bênçãos de uma bateria de pegada intensa. Foi um dos melhores carnavais assinados por Jack Vasconcelos que tenha assistido até hoje. A dúvida que fica é o quanto a correria e o décimo perdido pelo minuto excedente no cronômetro poderão impactar na busca da Estácio em retornar ao Grupo Especial. Subindo ou não, o fato é que a escola conseguiu um desfile à altura de suas tradições, numa bonita homenagem ao músico Rildo Hora.

Alegria da Zona Sul

Para mostrar toda sua alegria, a escola enfrentou incêndio no barracão e até uma enchente, sendo desafiada para conseguir trazer seu enredo para a Sapucaí. E não apenas trouxe como saiu-se bem homenageando o Cordão do Bola Preta, com uma simpática bateria vestida de Nêga Maluca e a ala das baianas mais bonita que passou pelo sambódromo nessa primeira noite - coloridonas sem perder a leveza, fugindo das fantasias brancas monocromáticas que predominaram entre as demais agremiações, as baianas da Alegria da Zona Sul foram o grande destaque da apresentação da escola.

Acadêmicos da Rocinha

Novamente com um enredo original, a Rocinha trouxe a alimentação como tema, numa abordagem criativa e irreverente por parte de Luiz Carlos Bruno. Uma pena que a temática tenha sido desenvolvida sem o teor crítico que merecia, banalizando a matança de animais para promover churrasquinhos de gato (comissão de frente), feijoada (em vários trechos do desfile), junk food (que teve uma alegoria inteirinha só para si) etc. Dado o talento inventivo do carnavalesco, diria que se ele fosse vegetariano poderíamos estar diante de um desfile para marcar época. Mas não foi o caso. Apesar dos pesares, foi maior barato ver componentes trajados de almôndegas pulando contentes num pratão de macarronada. Coisas do carnaval. Ah! Cabe aqui elogiar a bateria de Mestre Maurão, com um andamento muito legal e a quantidade recorde de 37 cuícas.

Viradouro

A Unidos do Viradouro fechou a primeira noite de desfiles com chave-de-ouro. Diria que foi uma apresentação arrebatadora por parte da escola carnavalizada por Max Lopes, homenageando o Salgueiro de maneira encantadora e emocionante. O samba-enredo é uma maravilha, disparado o melhor que ouvi até agora na Série A - se fosse no Grupo Especial, diria que só não é melhor que o da Vila Isabel, superando todos os demais. Davi do Pandeiro interpretou com maestria, trazendo uma melodia belíssima num samba sem refrão, mas que ecoou fortemente entre a passarela e as arquibancadas: houve um problema no som e, quando não se ouviam intérpretes, foi possível ouvir e se arrepiar com o canto forte das vozes humanas, sem microfones, a plenos pulmões. Mestre Pablo totalmente caracterizado, Carlinhos Coreógrafo espetacular, comissão de frente funcional e integrada ao primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, um abre-alas memorável, uma belíssima rainha de bateria e um carnaval onde Max mais uma vez mostrou porque é chamado de "Mago das Cores". Teve tudo isso e algo mais. A Viradouro está mais do que na disputa pelo título. Está de parabéns.
Homenageando a Acadêmicos do Salgueiro, a Unidos do Viradouro fechou a primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro com uma apresentação sensacional. Para o blogueiro, uma forte concorrente ao título na Série A 2013.