sábado, 4 de julho de 2015

Vitória Para Recordar (Ou: Algo Além De Um Jogo De Xadrez)

Essa semana joguei uma partida de xadrez que lembrarei com carinho. O jogo começou no dia 1º de julho e interrompemos após 52 minutos, registrando os posicionamentos e anotando a próxima jogada - precisávamos retornar aos nossos postos de trabalho naquele horário de almoço de quarta-feira.
Momento da interrupção do jogo, após 52 minutos. Brancas atacando intensamente. Foto: Paulo Sérgio.

Demos continuidade na sexta-feira, 03.07.2015, sendo a minha intenção sobreviver ao ataque adversário. Essa sobrevivência, pensava eu, passava por causar-lhe alguma ameaça ao mesmo tempo em que realizava a defesa. Mas como reverter o cenário?

Dizem que "o tempo é o senhor da razão", ditado reforçado por aquele que diz: "nada como um dia após o outro". No tabuleiro, nada como um movimento após o outro. Aos poucos - bem aos poucos mesmo -  fui conseguindo equilibrar a partida. Até o momento em que passei a me ver em vantagem.

Eis um dos motivos por lembrar com carinho dessa partida: foi um jogo onde primeiro busquei a sobrevivência, e sobreviver àquele poderoso ataque oponente foi uma espécie de vitória. Depois, veio a vitória de direito, com a desistência do adversário. Contabilizei 179 minutos na soma dos dois dias, duração que representa um recorde em todos os jogos registrados naquela instituição

O fato de ser um torneio talvez seja até o de menos, embora essa competitividade de uma certa maneira estimule a concentração e a criatividade, tudo reforçado pela presença de diversos colegas assistindo os acontecimentos. Se há uma lição nisso tudo? Bem, devem haver várias. Uma delas, seguramente, seria: "nada como um dia (ou movimento) após o outro".
Momento em que as brancas desistem: xeque ao rei e iminente captura do bispo. Quase 3 horas de partida.

Algumas lembranças do jogo

(1) Adversário vinha de uma derrota para um jogador o qual eu tinha vencido duas vezes.
(2) Na condição de atual campeão enfrentando alguém que não jogava há anos, me colocaram como favorito na partida. Algo que foi desfeito com o simples desenrolar das jogadas. Favoritismo é algo abstrato demais para ser levado a sério!
(3) Estimam que o fato de eu não ter realizado o "roque" complicou minhas possibilidades defensivas, expondo o rei demasiadamente. É possível que seja esse o ponto-chave do domínio adversário, que teve todos os méritos por se colocar em uma posição flagrante de vantagem tanto de material quanto territorial.
(4) Curiosamente, após o movimento da "jogada secreta" dama G6, demoramos aproximadamente meia hora para retornarmos ao mesmo posicionamento da interrupção. Respeito mútuo.
(5) A rainha branca foi figura imponente no tabuleiro.
(6) As galopadas foram fundamentais - no ataque e na defesa - para a construção da vitória das pretas.
(7) Cada peão importa.
(8) Acredito fortemente que o fator torcida exerce influência, e conto com uma mãe que é fã incondicional. O triunfo também é dela. Quando soube do resultado, comemorou mais do que eu.
(9) Bendito seja o inventor do xadrez.

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