No Bhagavad-gita, afirma-se que ao terminar o dia de Brahma todas as criações manifestas do Universo desaparecem e que após o fim da noite de Brahma a criação novamente se manifesta.
Assim, a criação cósmica, em sua manifestação e não-manifestação, assemelha-se a trepadeiras e plantas que aparecem durante a estação das chuvas e que pouco a pouco desaparecem quando a estação se acaba.
bhuta-gramah sa evayam
bhutva bhutva praliyate
ratry-agame 'vasah partha
prabhavaty ahar-agame
"Repetidas vezes, ao chegar o dia de Brahma, todas as entidades vivas vêm a existir, e com a chegada da noite de Brahma elas são irremediavelmente aniquiladas". (Bg. 8.19)
Mesmo quando as plantas e as trepadeiras não mais podem ser vistas, suas sementes permanecem, e estas sementes adormecidas frutificam em contato com a água. De igual modo, as centelhas espirituais semelhantes a sementes, que são dominadas pelo desejo de assenhorear-se da natureza material, permanecem num estado adormecido depois que a manifestação cósmica é aniquilada; e quando a manifestação cósmica reaparece, todos os seres vivos silentes dentro do ventre da natureza material despontam e ocupam-se no gozo dos sentidos, destarte ficando voluptuosamente gordos.
Para alcançar a liberação a pessoa deve estar livre por completo das diferentes classes de desejos pervertidos. O ser vivo não pode suprimir os desejos, e a prática artificial de suprimir as ações dos desejos é mais perigosa que os próprios desejos ativos. Todos os desejos devem ser reformados e canalizados para as atividades espirituais; caso contrário, esses mesmos desejos se manifestarão repetidas vezes sob diferentes formas de gozo material, condicionando o ser vivo perpetuamente ao cativeiro material.