terça-feira, 18 de novembro de 2014

Rock In Rio Card...íaco

Com toda a publicidade pesada em torno das vendas do cartão que dá acesso ao Rock In Rio 2015, é óbvio que era esperada uma grande demanda por ingressos na manhã dessa quarta-feira. Só que não houve uma operação à altura por parte dos organizadores do megaevento a fim de atender o usuário.

Acessei a página oficial às 10h (horário de início da comercialização do cartão) e simplesmente fiquei sem atendimento até 11h30, momento em que saí para almoçar.

Às 12h30, novo acesso ao sítio fornecido e... nada. Foram mais trinta minutos de espera.

Amante do rock, tentei novamente às 14h. Apenas por volta de 15h30, consegui avançar da tela de espera para a tela de compra. Contente com a iminência do sucesso nessa empreitada de mais de cinco horas, tive a decepção de receber a mensagem de que aquela sessão havia expirado - uma notificação que somente ocorreu após preenchidas todas as etapas solicitadas, isto é, no final dos finalmentes.

Consegui adquirir o Rock In Rio Card em 2011 e também em 2013. Em 2015, fui novamente pontual. Porém, traído pelo sistema. Curiosamente, a página oficial do Rock In Rio informa que as vendas foram concluídas em uma hora e quarenta minutos. Então como foi possível acessar a tela de compra cinco horas após o início das vendas? Seria aquela uma tela fake?

Enfim, decepcionante.

Haverá novas vendas em abril. A carga de ingressos? Deve ser o que sobrar das remessas aos patrocinadores e aos "escolhidos". Já estavam à venda muitos Rock In Rio Card antes mesmo do horário de venda. Só não vê quem está com os olhos vendados.

P.S.: não adianta fazer comercial hollywoodiano na televisão e deixar o cliente na mão.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Roberto Carlos E Friboi - São Tantas Violações...

A liberdade talvez seja o direito mais básico daqueles que lutam por ela. Impedir alguém de ser livre é matá-lo em vida.

Roberto Carlos, ao saudar Augusto Pinochet durante a ditadura militar, mostrou-se absolutamente indiferente à liberdade daquelas pessoas oprimidas por um regime que violou sistematicamente os direitos humanos mais básicos.

O grupo JBS-Friboi, ao explorar, confinar, engordar, torturar, mutilar, matar, embalar e vender seres sensíveis, mostra-se absolutamente indiferente à liberdade daquelas criaturas oprimidas por um padrão de produção e consumo que viola sistematicamente os direitos animais mais básicos.

A ditadura de Pinochet já se foi. Os matadouros da Friboi estão na ativa, batendo recordes de abates no Brasil e no mundo, enchendo piscinas de sangue inocente diariamente.

Hoje, veiculou a notícia de que Roberto Carlos e Friboi romperam o contrato firmado. Contrato esse onde a pessoa física pró-ditadura era garoto-propaganda da pessoa jurídica pró-massacre. Ao meu ver, Roberto e JBS têm muito em comum. Felizes aqueles que boicotam ambos.

Enquanto isso, no holocausto permanente, sofre o boi.


Vídeo de Roberto Carlos saudando Augusto Pinochet:


Imagem onde sofre o boi:

Indicação de filme para saber mais sobre as indústrias de animais para consumo:

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O Banco Itaú Descobriu Meu Número De Telefone

Estava eu, tranqüilo e calmo, usufruindo o horário de almoço num ambiente agradável nas dependências do IBAMA. Lendo um livro, rodeado de árvores. Eis que, não mais que de repente, toca o telefone. Número: 08199756191. Não sei quem é nem de onde seja. O livro que eu lia cutucava as feridas do capitalismo (feridas que o neoliberal convicto na sua fé cega considera virtudes do sistema). Pausa na leitura, atendo a criatura.

- Alô.
- Alô, por favor, o senhor Eduardo?
- É ele.
- Senhor Eduardo, boa tarde, eu falo em nome do banco Itaú.
- Boa tarde, senhora. Pois não. (Mais um pouco e eu perguntaria no megablaster nível da ironia "em que posso ajudar?" haha...)
- Senhor Eduardo, por segurança essa conversa está sendo gravada, eu tenho para você uma ótima oportunidade de um cartão TudoAzul Itaucard com benefícios exclusivos para você.
- Não tenho interesse, obrigado.
- Poderia me dizer por que não está interessado, senhor Eduardo?
- Sim. É que não gosto, não tenho qualquer afinidade com o banco Itaú e prefiro não me associar a esse grupo de nenhuma maneira.
- Obrigado, senhor Eduardo. Tenha um bom dia.
- Obrigado. Boa tarde, senhora.


Importante: todo o tom do diálogo foi de respeito mútuo.

Separar a corporação nociva da funcionária explorada é uma arte. É claro que uma corporação como o Itaú não é digna de um tratamento respeitoso (basta ver como trata seus funcionários e como realiza seus negócios), mas a menina que me atendeu é vítima. Sequer sei o nome dela (acho que ela não chegou a dizer, cumprimentando com um "eu falo em nome do banco Itaú"). Mas eu seria um tremendo hipócrita comigo mesmo se dissesse que não quero o cartão deste banco porque já tenho outro. Não! Não quero por causa do Itaú ser o Itaú! E a sábia funcionária, lá no fundo, deve ter gostado da recusa. O simples fato de não ter perguntado meus motivos pela aversão à instituição bancária que paga seus ordenados denota que ela também deve ter suas queixas em relação ao patrão.
Ah! O livro que tô lendo é esse aí da foto. Recomendo! (O livro, não o banco!)