quinta-feira, 28 de junho de 2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

Crueldade Que Compactuamos

Na última edição do programa CQC (Custe o Que Custar), exibido ontem, 25.06.2012, na TV Bandeirantes, o quadro Proteste Já tratou de um tema absolutamente necessário para debate: abatedouros.

No Brasil, estima-se que aproximadamente metade dos matadouros de animais atuem na clandestinidade, isto é, sem qualquer inspeção quanto aquilo que é regulamentado para funcionamento. Se você pensar que o CQC foi até um matadouro municipal (isto é, sob "os cuidados" da Prefeitura) e encontrou o que encontrou, imagine o que não existe pelo país naqueles estabelecimentos tidos como ilegais.

E estamos falando de um país onde existe mais boi do que gente, alimentando o mundo com 1/3 da carne bovina consumida nesse planeta. O programa mostrou as questões de ordem sanitária, escancarando um cenário caótico para a saúde pública. Mas a abordagem, por se limitar a essa esfera, acabou pecando por omissão: é eticamente inaceitável falar de matadouros sem entrar no mérito do direito dos animais. Direito dos animais não se resume ao fato de matar à marretadas ou via pistola pneumática. Direito dos animais inclui - ou pelo menos deveria incluir - o direito de viver em liberdade, livre de qualquer forma de exploração. Como diz o filósofo Tom Regan, não interessa se foi aumentado o tamanho da jaula - o que interessa é que a jaula esteja vazia.

A Band, através do CQC, perdeu uma grande oportunidade de realizar uma reportagem revolucionária na TV aberta brasileira, expondo para o público fatos que, para alegria da indústria alimentícia que lucra horrores pela exploração animal, estão convenientemente ocultos aos olhos da massa. E fez pior, pois quando o repórter Oscar Filho coloca como considerações finais a sua preocupação com os postos de trabalho perdidos pelos funcionários do matadouro (o estabelecimento foi fechado pelo poder público), ele deixa a mensagem de que a barbárie de ceifar vidas de seres sencientes se justifique pelo argumento de que gere renda para um sujeito. Argumento inválido, além de perigoso. Ou será que Oscar Filho não pouparia esforços para promover o sustento honesto dos coveiros?

Numa sociedade onde se procura justiça, ética e respeito, é fundamental que esses valores atemporais sejam colocados acima do dinheiro. Custe o que custar.
Abaixo, a matéria veiculada pelo programa.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Luz Do Bhagavata - Verso 24

Quando o Senhor entrou na floresta de Vrndavana, todos os habitantes da floresta, tanto animados quanto inanimados, ficaram ansiosos por recebê-lO. Ele viu que todas as flores da floresta, desabrochando inteiramente, choravam de êxtase, com mel a fluir de suas pétalas. As cascatas fluíam alegremente das rochas das montanhas, e podia-se ouvir sons doces provenientes das cavernas próximas.

O Senhor possui multifárias energias, entretanto, o Senhor e Suas energias são idênticos. A energia material é uma de Suas variadas energias, e afirma-se no Bhagavad-gita que a energia material, em qualidade, é inferior à energia espiritual. A energia espiritual é superior porque sem o contato com a energia espiritual a energia material sozinha não pode produzir nada. Mas a fonte de todas as energias é a todo-atrativa Personalidade de Deus, Sri Krsna.

Este mundo material é uma combinação de matéria e espírito, mas o mundo espiritual, que está muitíssimo distante do céu material, é puramente espiritual e não tem nenhum contato com a matéria. No mundo espiritual, tudo é espírito. Já expusemos isso. A Personalidade de Deus, a fonte original de todas as energias, é capaz de converter espírito em matéria e matéria em espírito. Para Ele não há diferença entre matéria e espírito. Portanto, ele é chamado de kaivalya.

Nos passatempos transcendentais do Senhor Sri Krsna, Ele reciproca com o espírito, e não com a matéria. Quando Ele está no mundo mortal, as qualidades materiais não podem influenciá-lO. Um eletricista sabe como produzir força da eletricidade. Com a ajuda da eletricidade ele pode congelar ou ferver a água. De forma semelhante, a Personalidade de Deus, através de Seu poder inconcebível, pode transformar a matéria em espírito e o espírito em matéria. Logo, mediante a graça do Todo-poderoso, tudo é matéria e espírito, embora, do ponto de vista do ser vivo comum, haja diferença entre matéria e espírito.

Flores, cascatas, árvores, frutas, colinas, cavernas, pássaros, feras e seres humanos não são mais do que combinações de energia de Deus. Portanto, quando a personalidade de Deus apareceu, todos eles manifestaram sua inclinação espiritual, e em virtude da afeição natural desejaram servir ao Todo-poderoso segundo suas diferentes capacidades.

Existem níveis distintos de desenvolvimento espiritual na matéria. No mundo material, as centelhas espirituais da Personalidade de Deus estão cobertas pela energia material em diferentes proporções, e gradualmente, enquanto transmigram em várias espécies de vida, elas vão se espiritualizando. A forma de vida humana representa o desenvolvimento completo dos sentidos através dos quais pode-se lograr a realização espiritual da afeição original pelo Senhor. Por conseguinte, se a despeito desta oportunidade da vida humana formos incapazes de reviver nossa afeição natural pelo Senhor, é bom que saibamos que estamos desperdiçando nossa vida em troca de nada. Entretanto, pela graça do Senhor, a consciência espiritual de todas as espécies de vida pode ocupar seu lugar apropriado, e estas espécies podem exprimir sua afeição espiritual pelo Senhor na santa-rasa, como exibida pela terra, pela água, pelas colinas, pelas árvores, pelas frutas e pelas flores de Vrndavana durante a presença do Senhor Sri Krsna, a Personalidade de Deus.