terça-feira, 6 de setembro de 2011

Um Dia Atípico (Se Deus Quiser)

Não vou chegar a dizer que "não deveria ter saído de casa", mas certamente a tarde de hoje esteve entre as menos proveitosas desse blogueiro. Até porque deve ser raro para qualquer um - tomara que seja! - que aconteçam imprevistos desagradáveis por três vezes num período de duas horas.

Visando assistir o jogo de amanhã entre Botafogo e Ceará no estádio Engenhão, tratei de ir comprar ingresso antecipadamente (tudo indica que estará uma loucura comprar no dia da partida, dada a grande procura da torcida botafoguense para o jogo nesse feriado nacional). Saí de casa por volta das 14:30h, peguei a bicicleta, calibrei os pneus e parti em disparada, digo, direção a um posto de venda situado não muito longe de onde moro. Amarrei o estimado meio de transporte não-poluente com a corrente num pedaço de metal localizado na calçada e me direcionei ao estabelecimento comercial onde haviam os ditos ingressos. 1º imprevisto desagradável: acabaram os papéis para impressão dos bilhetes, gerando uma fila de dezenas de pessoas à espera de uma solução.

Passados alguns minutos - o tempo passou relativamente depressa naquele momento em que conversava sobre futebol com alguns dos indivíduos que compartilhavam a espera na fila - fui verificar como estava a bicicleta (mais por curiosidade do que qualquer outra coisa). 2º imprevisto desagradável: o veículo não-motorizado de duas rodas não estava mais lá.

Desci as escadas em velocidade maior do que havia subido e fiquei indignado ao detectar que aquele cenário diante de mim configurava um furto: a bicicleta sumiu e o cadeado estava ali, no chão da calçada, arrombado. Conversei com duas pessoas que estavam ali perto (bota perto nisso, uma delas estava praticamente encostada no local onde estacionei a bicicleta e a outra estava a uns três metros de distância). Ninguém viu nada.

Com o cadeado arrombado em punho, com o coração batendo num ritmo diferente de outrora, com um astral longe daqueles onde me reconheço nos meus melhores momentos e sabe Deus com mais o que, fui caminhando até o outro posto de venda que havia por aquela região. Uma caminhada onde qualquer bicicleta prateada que passasse pelo meu campo de visão me levava a lembrar daquela que tantas vezes andei e que agora estava em posse de alguém em conflito com a lei. Uma caminhada amenizada (ou intensificada, já não sei de mais nada) pela trilha sonora que passava pelos fones de ouvido (de momento lembro que uma das músicas era Boulevard Of Broken Dreams). Cheguei na localidade e... fila. Não, não vou considerar essa nova fila como a 3ª desagradável surpresa. Esta estava por vir alguns minutos depois. Devia ser pouco mais de 16h e devia haver no máximo cinco pessoas na minha frente quando uma funcionária no estabelecimento anunciou: 'estamos sem papel para impressão'. Eis o 3º imprevisto desagradável.

Mas, depois de passar por tudo aquilo, eu não iria sair de lá sem o bendito ingresso. Entre uma conversa e outra, narrei para as pessoas mais próximas geograficamente da minha posição na fila a desagradável experiência de ter a bicicleta furtada minutos atrás, mostrando o cadeado arrombado que ainda carregava em punho. Os minutos avançaram, o cidadão com os papéis para impressão chegou, comprei o ingresso para o setor Oeste Superior (naquela altura os setores Leste Superior e Leste Inferior estavam dados como esgotados) e, finalmente, fui embora dali. No caminho de volta, passei pelo mesmo ponto onde vi a bicicleta pela última vez. Sentimentos mistos, mesclando tristeza com revolta e talvez algum outro destes derivado. Mas vida que segue. Como diz o ditado, "vão-se os anéis, ficam os dedos". Sou grato a Deus por tudo, e tenho plena convicção de que nessa experiência algo aprendi. Espero não ter que passar por outras dessa natureza para seguir evoluindo como pessoa. E que o Botafogo vença o Ceará nessa quarta-feira. E com gol de bicicleta.

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