quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Preservacionismo E Conservacionismo

Discussões sobre sustentabilidade jamais foram tão relevantes para o "homem moderno" como são agora. Se formos observar os prognósticos para o futuro climático da Terra, a busca por um modo de vida "sustentável" é imperiosa para a manutenção da vida humana nesse planeta. Digo para a vida humana porque o planeta Terra propriamente dito já passou por cenários mais adversos do que os que se anunciam para o dia depois de amanhã. E a Terra saiu-se muito bem, obrigado. Um exemplo clássico foi a torrencial chuva meteórica que aniquilou os "grandes répteis" - ilustres dinossauros. A Terra, poderosa que só ela, sobreviveu e ficou para contar a história. Dos dinossauros, que tiveram seus dias de glória, restaram os fósseis.

Ilustração sugerindo o impacto meteórico que teria levado os dinossauros à extinção. Tenso!

O que proponho nessa postagem é compararmos duas nomenclaturas bastante vinculadas às questões ambientais e que muitas das vezes são confundidas como uma coisa só. Não: preservacionismo e conservacionismo tratam-se, a bem da verdade, de duas correntes de pensamento diferentes - embora não necessariamente opostas.

Preservação sugere uma idéia de intocabilidade na natureza. Isto é, a natureza é vista como sujeita de direitos, dotada de valor intrínseco e não devendo ser subjugada a interesses de terceiros (quando aqui diz-se terceiros, leia-se humanos). Portanto, mesmo que a derrubada de uma área florestal venha a possibilitar grandes lucros financeiros para terceiros, isso jamais serviria de justificativa para a sua devastação. Dentro da ótica preservacionista a natureza não deve ser rebaixada a mercadoria.

Conservação, por sua vez, propõe uma interação entre os indivíduos humanos e o ambiente natural. A partir do momento que "permite-se" uma intervenção humana na natureza, deve-se zelar por uma relação harmônica entre esses atores, sob uma lógica de proteção e não meramente exploratória. É aí que mora o perigo. Hoje o grande capital é movido por uma engrenagem que por um lado elabora um "discurso verde", mas por outro segue práticas sujas e degradantes. A régua de medição não é a integridade ambiental, não são os direitos humanos, nem qualquer outra esfera que eventualmente sugira uma postura ética. O instrumento de medida para a realização de um empreendimento capitalista é, em primeira e última instância, a maximização dos lucros. E aí? Como conservar dentro dessa ótica?

Agindo com cuidado e zelo, estaremos automaticamente conservando.

Contribuem significativamente para essa discussão os pensadores que sugerem uma noção de sistemas em detrimento do pensamento cartesiano clássico. Isto é, de que a teia da vida e suas incomensuráveis interconexões afetam cada ser vivente, inclusive os humanos, mas não exclusivamente a humanidade. Desta forma, é inerente uma dimensão de responsabilidade que temos com relação a essa complexa rede de relações. Digo isso porque a tecnociência deu-nos a possibilidade de causar um dano à biosfera capaz de comprometer a capacidade de muitas formas de vida continuarem se reproduzindo - inclusive a nossa. Isso implica um compromisso ético do qual não podemos, em sã consciência, nos desvencilhar.

A pergunta que pode naturalmente surgir é: como saber o momento de preservar e o de conservar?

Sugere-se a preservação quando há risco de perda de biodiversidade (seja de espécie, ecossistema e/ou bioma). Porém, devemos ter em mente que processos de extinção são permanentes na natureza, queiramos ou não. O que pega é que, na nossa postura altamente predatória e gananciosa, aceleramos de forma espantosa esses processos. Isso porque, na nossa ótica utilitarista com relação à natureza, não temos o devido cuidado com as redes que compõem a teia da vida. Uma mudança nessa relação requer uma reorientação nas nossas mentalidades, no nosso olhar perante o mundo circundante.

O fato é que, integrando sociedade e ambiente como uma coisa só - proposta do pensamento ecológico -, teremos maiores chances de agir eticamente. E ao meu ver, não existe melhor postura do que a postura ética. Ela é, sem dúvidas, uma poderosa bússola para o futuro da civilização.

O futuro da Terra? Esse tá garantido e será muito bom, obrigado. Queiramos ou não. Sobrevivamos ou não. Torço honestamente para que queiramos sobreviver.

Eco-saudações.

7 comentários:

  1. gostei muito do conteúdo,me ajudou muito....
    obrigado!!!!!!!!!!

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  2. Fico contente que possa tê-lo ajudado e agradeço pela interação. Esse tópico está freqüentemente listado entre os mais lidos no blógui e, mesmo tendo sido digitado alguns anos atrás, se mantém absolutamente atual.

    Abraços.

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  3. Muito bom esse post, me ajudou a entender a diferença entre conservacionismo e preservacionismo. Obrigada!

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  4. Obrigado a você pelo comentário, é uma satisfação imaginar que possa tê-la ajudado.

    Abraços.

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  5. Post muito bem feito,me ajudou muito a entender! Obrigada!

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  6. isso foi uma palhaçada...
    nao entendi nada,nossa podia ser uma coisa mais detalhada

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  7. - mto bom! ... me ajudou mtooo com o meu trabalho de escola. obgda *-*

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