segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Máfia Amarela

Como havia dito "en passant" no tópico anterior, ontem testemunhei um episódio retornando de viagem. Episódio esse que pormenorizarei aqui.

Pois bem. Estava em frente à rodoviária Novo Rio, acompanhado de mãe, irmã, avó e um incontável número de malas - mulher é exagerada, aposto como tinha muita bagagem ali que não seria necessária de carregar, mas enfim...

Nos direcionamos para onde estavam parados os táxis, cujos veículos pertenciam a uma cooperativa xará da rodoviária. Havia uma tabela de preços indicando o valor das corridas de acordo com o destino do passageiro. Constavam o nome do bairro e os valores para B1 e B2. Não, não são os Bananas de Pijamas, e sim uma referência às bandeiras 1 e 2, de preços diferenciados.

Íamos para a Glória e os valores constantes eram de 18 e 21 reais, respectivamente. Ali já começava o abuso, mas tudo bem, o pior estava por vir. Ao colocarmos bagagens no porta-malas do veículo automotor e sentarmos nos bancos do táxi, recebemos um papel constando o número "35,00". É exatamente o que parece: aquela corrida sairia por 35 pratas. Ficamos indignados e o taxista - gostaria de saber o nome dele, mas realmente não sei - abaixou pra R$30. Oh, que gentil! Mas a tabela de bandeira 2 marcava 21 reais!

Saímos do táxi, pegamos as bagagens de volta e fomos até o local onde ficavam concentrados outros membros da máfia, próximos a tabela de preços. Perguntei a um deles se naquela data eles resolveram cobrar mais caro. E ele respondeu: "sim, porque é domingo, é feriado". Perguntei quanto eles estavam cobrando pela corrida e ninguém deu uma resposta. Falei que estavam querendo me pedir 35 reais (quase o dobro do valor para B1 e cerca de 70% mais caro que o valor para B2) e um deles concordou que não valia.

Veja você, o táxi tinha taxímetro! Aquela tabela nem deveria existir, é fora da legalidade. Como se não bastasse, ainda inventam um valor abusivamente mais elevado que o já estabelecido. Adorei a frase da minha mãe: "todo mundo tá precisando de dinheiro, mas não precisa roubar os outros para conseguí-lo".

Pegamos um táxi "na rua" e o motorista, simpático, se solidarizou e concordou que se tratava de algo absurdo, frisando a ilegalidade. Chegamos até o destino. E quanto deu a corrida? 13 reais e 80 centavos. Quase 3 vezes menos do que queriam roubar, digo, cobrar, aqueles outros lá na rodoviária.

Cuidado com a máfia amarela. Em outras localidades, ela pode estar pintada de azul, branco ou outras cores. O importante não é a tonalidade, mas sabermos lidar com ela. Pode ser turista ou residente, ela estará pronta para dar uma explorada. Merecia uma denúncia...

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