segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Luz Do Bhagavata - Verso 7

Os pequenos córregos que quase secaram durante os meses de maio e junho começam agora a transbordar suas margens, tal como os novos-ricos que subitamente excedem os limites de seus gastos.

Deve-se aprender a gravidade com o mar e o córrego. Embora muitos rios lancem suas águas no mar, este permanece sempre dentro de seus limites. De forma semelhante, deve-se usar apropriadamente os bens da vida e não esbanjá-los visando a propósitos que não têm valor permanente. Pessoas descontroladas e luxuriosas brincam com os bens do corpo e acumulam riqueza. Contudo, o vigor físico deve ser usado para auto-realização, não para gozo dos sentidos.


Os seres humanos têm duas classes de temperamento. Alguns são introspectivos e outros são esbanjadores. Aqueles que são esbanjadores ficam cativados pelos aspectos externos da beleza fenomenal e não têm compreensão da manifestação total. Sua introspecção está praticamente adormecida, e por isso são incapazes de auferir qualquer lucro permanente da riqueza da forma de vida humana. Porém, quem desenvolveu a introspecção é tão grave quanto o mar. Enquanto os esbanjadores permanecem calmos e tranqüilos em seu torpor, aqueles que são graves usam toda a vantagem oferecida pela forma de vida humana.


Embora as propensões animais do corpo devam ser minimizadas, aqueles que são esbanjadores excedem-se por certo tempo no desfrute material. Entretanto, tão logo a estação chuvosa da vida termina, eles tornam-se tão áridos quanto os leitos de rios secos. A vida tem por objetivo a causa certa, ou sat - aquilo que existe para sempre. No mundo material nada é sat, eterno, todavia, o mau negócio do mundo material pode ser usado para o melhor propósito. A mente dedicada ao esbanjamento é um mau negócio, mas pode-se fazer o melhor uso da mente através da introspecção.

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