terça-feira, 30 de novembro de 2010

Luz Do Bhagavata - Verso 8

O verde vívido da grama recém-crescida, as flores sazonais, os cogumelos, as borboletas e as outras variedades da estação chuvosa representam perfeitamente uma família próspera absorta na vaidade de suas posses.

O homem rico exibe sua opulência de várias maneiras coloridas. Ele possui uma bela mansão residencial com um enorme terreno e um jardim bem cuidado. A mansão é decorada com mobília e tapetes modernos. Ele possui automóveis com polimento ofuscante e um aparelho de rádio que recebe e transmite notícias ao vivo e canções melodiosas. Tudo isto cativa o seu proprietário como se ele estivesse numa terra de sonhos por ele mesmo criada.

Quando esse mesmo homem era tão árido quanto a terra não cultivada e não tinha nehuma dessas opulências, seu comportamento era simples. Porém, desde que obteve todos esses meios materiais de desfrute, ele esqueceu-se do princípio de que tudo no mundo vem e vai como as estações mutáveis. O belo Forte Vermelho e o Taj Mahal foram construídos por Xá Jahan, que deixou o local há muito tempo, e muitos outros vieram ao mesmo local e se foram, como flores sazonais. As posses mundanas assemelham-se às flores sazonais. Ou as flores murcham, ou o próprio jardineiro se vai. Esta é a lei da natureza. Portanto, se desejamos vida, conhecimento e bem-aventurança permanentes, devemos buscá-los em outro lugar, não na estação chuvosa, temporária e mutável, que é repleta de muitas variedades de visões prazerosas que se desvanecem quando a estação acaba.
A manifestação dos elementos materiais não passa de representação sombria da realidade. Ela é comparada à miragem no deserto. No deserto não existe água, mas o cervo estulto corre em direção à água ilusória do deserto para saciar sua sede. A água não é irreal, porém, o lugar onde a procuramos é ilusório. O avanço da civilização materialista é exatamente como uma miragem no deserto. O tolo cervo corre atrás da água no deserto com toda a velocidade, e a ilusão da água move-se à sua frente à mesma velocidade. A água não é falsa, mas não devemos buscá-la no deserto. A entidade viva, devido a sua experiência passada, lembra a verdadeira felicidade de sua original existência espiritual, contudo, desde que se esqueceu de si mesma, busca felicidade espiritual ou permanece na matéria, embora isto seja impossível de alcançar.

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